O vau, o vago, o vazio.
Agora e durante a minha submersão no universo de Guimarães Rosa, me descobri ressentida.
Me ressinto de Rosa por ter me roubado o prazer de rosear; das invencionices de palavras pelo som, pelo barulho que fazem despejadas assim, no ar. Se roseio, é plágio; e pior que plágio, é maltrato, é malfeito, porque não sou Rosa e não há o que ele já não tenha inventado neste português de meu Deus.
Sou obrigada a combinar a música com seu significado, pequeno em qualquer lugar, sabia muito bem o Rosa; pequeno, mesmo nessa difícil língua alatinada que falo, essa língua impossível que, de vasta e larga, cobre todas as palavras com precisões significadoras.
Quisera eu que o vau, o vago e o vazio fossem a mesma coisa porque dançam tão bem juntos, nessa frase e no palato. Mas não. O vau é outra, o vago é uma e o vazio é vazio mesmo.
Me arrisco, ali e ali, às vezes, num deslembramento, num reprecisar, mas é só. Ficam assim, soltinhas no meio de um conto, misturadas às palavras catalogadas, e passam sem me comprometer com o crime. Mas grande, imenso, de outro dicionário, um que não existe; não pode.
Posso ler o Rosa. A vida toda, até, que não acaba. Posso rezar um pouquinho, genuflexar, para que as minhas solitárias roseanas bastardas passem assim-assim, só adoçando as irmãs palavras legítimas. E posso esperar que João, o homem, o Rosa, esteja lá na sua sesmaria de céu, todo se rindo e dizendo, encantado: "Viver é um descuido prosseguido!"
E mais o é escrever.
Agora e durante a minha submersão no universo de Guimarães Rosa, me descobri ressentida.
Me ressinto de Rosa por ter me roubado o prazer de rosear; das invencionices de palavras pelo som, pelo barulho que fazem despejadas assim, no ar. Se roseio, é plágio; e pior que plágio, é maltrato, é malfeito, porque não sou Rosa e não há o que ele já não tenha inventado neste português de meu Deus.
Sou obrigada a combinar a música com seu significado, pequeno em qualquer lugar, sabia muito bem o Rosa; pequeno, mesmo nessa difícil língua alatinada que falo, essa língua impossível que, de vasta e larga, cobre todas as palavras com precisões significadoras.
Quisera eu que o vau, o vago e o vazio fossem a mesma coisa porque dançam tão bem juntos, nessa frase e no palato. Mas não. O vau é outra, o vago é uma e o vazio é vazio mesmo.
Me arrisco, ali e ali, às vezes, num deslembramento, num reprecisar, mas é só. Ficam assim, soltinhas no meio de um conto, misturadas às palavras catalogadas, e passam sem me comprometer com o crime. Mas grande, imenso, de outro dicionário, um que não existe; não pode.
Posso ler o Rosa. A vida toda, até, que não acaba. Posso rezar um pouquinho, genuflexar, para que as minhas solitárias roseanas bastardas passem assim-assim, só adoçando as irmãs palavras legítimas. E posso esperar que João, o homem, o Rosa, esteja lá na sua sesmaria de céu, todo se rindo e dizendo, encantado: "Viver é um descuido prosseguido!"
E mais o é escrever.
Um comentário:
A Rosa no Rosa da Evelynnnnnnnnn.....
Seu nome é super sonoro!
beijukas
Postar um comentário