Meu fantasma hamletiano é Walt Whitman.
Me assombra, me persegue, me confunde. E eu, mesmo apavorada, procuro por ele, oscilando entre a ânsia de vê-lo e o alívio de nunca mais...
Incorporo Whitman, chutando as portas e escancarando-as.
E canto a mim mesma, sem pudor. Em público.
Descarrilhando, porque sou um trem; vapor, carvão, bala; mas sempre trem.
Sem maquinista, sem controle, sem desvio, a não ser na sublime arte de descarrilhar.
"Eu sou contraditório, eu sou imenso. Há multidões dentro de mim."
"Escuta, não dou lições nem esmolas, quando eu me dou, é por inteiro."
"Eu sou o poeta do Corpo
e sou o poeta da alma,
as delícias do céu
estão em mim
e os horrores do inferno
estão em mim
- o primeiro eu enxerto
e amplio ao meu redor,
o segundo eu traduzo
em nova língua."
"Eu sou aquele que vai com a noite
tenra e crescente,
e invoco a terra e o mar
que a noite leva pela metade.
Aperte mais, noite de peito nu!
Aperte mais, noite nutriz magnética!
Noite dos ventos do sul,
noite das poucas estrelas grandes!
Noite silenciosa que me acena
- alucinada noite nua de verão!"
Um comentário:
" sem controle, sem desvio, a não ser na sublime arte de descarrilhar."
very touching ;*
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