sexta-feira, setembro 19, 2008

Soneto 15º


Sobre estas duras, cavernosas fragas,
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n'alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas.

Razão feroz, o coração me indagas,
De meus erros e sombra esclarecendo,
E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo
De agudas ânsias venenosas chagas.

Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
Mil objectos de horror co'a ideia eu corro,
Solto gemidos, lágrimas derramo.

Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.

(Manuel Maria Barbosa du Bocage)

quinta-feira, setembro 04, 2008

Esparsas I


As coisas que vemos e vivemos não podem ser reais.

Somos parte de uma grande MATRIX mesmo, ou então, tudo se explode e não sobra nada.

Não querendo Smithsear, mas já fazendo, if it´s not love, then is the bomb that will bring us together.

Escrevo hoje sem inspiração, porque uma amiga reclamou de saudades (do blog e minhas, espero!). Mas a sensação é essa mesmo...

De que não há amanhã, futuro, todas essas coisas que a gente bota no depois e se decepciona porque não acontecem.

E que todos vivem sem amanhã; hoje é o último dia, a última vez, o mundo se acaba e ninguém responde por nada.

Responsabilidades.