sábado, janeiro 27, 2007

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Pequenas coisas que deveríamos saber...


Eu sempre quis escrever sobre homens bons. Pessoas simples e boas, porque é assim que as pessoas são.

Como contar ao mundo uma história banal, ordinária mesmo, e ressaltar a bondade genuína que é feita a cada minuto, a cada segundo?

Como mostrar ao mundo que a bondade é pra ser banal, e não pra se destacar, como se fôssemos todos Raskolnikov e destruir fosse nossa sina?

A despeito de nossas minúsculas mesquinharias e vilanias diárias, somos bons. Em essência.

Coisas bobas, que fazemos no automático, como “Obrigado”, “Pode passar”; coisas grandes, que fazemos pensadas; ou tão impulsivamente porque não nos cabem mais, “Eu te amo”, “Quer morar comigo?”, “Não se preocupe, eu estou aqui”; mudam vidas, mudam vidas inteiras, gerações subsequentes.

Salvamos vidas ao sorrir a um desconhecido pela janela do ônibus, ao devolver uma bola que saiu do campo de pelada, ao avisar que alguma coisa caiu do bolso de alguém.

Somos heróis em nossa banalidade, porque nos reconectamos aos nossos iguais; os outros humanos; em cada gesto que sequer consideramos mais que nosso, em cada olhar cruzado ao acaso, em todo o espaço que dividimos.

Devíamos saber disso. Todo o tempo.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Como querer Caetanear...


Como sabem os mais íntimos, estou envolvida, há cerca de 3 anos, em um projeto que adapta um conto de Guimarães Rosa para o teatro. O convite veio de um grande amigo e parceiro, músico, idealizador do trabalho, e que não tem seu nome citado aqui, porque não sei se ele gostaria. Anyway... Como desde Novembro passado, as coisas se desenrolaram assustadoramente rápidas no sentido de concretizar o, antes, projeto, ontem foi nosso primeiro ensaio.
Não vou nem começar a descrever como este primeiro ensaio me deixou otimista em relação ao que vem por aí. Por incrível que pareça, não tenho as palavras pra isso...

Mas algo me deixou imensamente tensa e maravilhada neste processo.

Estou experimentando coisas novas, entre elas, letrar músicas. Isso já tinha sido ensaiado há alguns (muitos) anos com Clarice Assad (amiga amada, com apartamento vitalício no meu coração, e uma pianista, cantora e compositora impressionante, de nível histórico!!! www.clariceassad.com), e no espetáculo Patativa do Assaré, cuja dramaturgia tive o prazer (e alguma dor...) de assinar.
Escrever nunca foi difícil pra mim, não porque seja um gênio, mas porque realmente não tenho apego ao que escrevo. Se for ruim, é lixo mesmo, sem misericórdia! E suporto bem críticas negativas, pelo mesmo motivo: desapego.

Desde que comecei a compor letras, tudo mudou.

As letras das músicas são o meu inferno. Nunca, repito, nunca, em toda a minha vida, tinha ficado travada durante (embasbaquem-se!) 3 horas por causa de UMA palavra! Pois fiquei, no domingo último...

E ontem... Ah, ontem! Eu queria que todos amassem o que eu tinha feito, quase tive um enfarte ao mostrar a primeira letra! E a minha cabeça rodava, já pensando em como justificar aquela bosta, se fosse uma bosta...

Ok, não foi. Dei sorte. Fiuuu...

Este foi o inferno. E são 18 músicas! Se eu não morrer até a estréia, lá no fundo, bem no íntimo, me sentirei um Caetano...

A maravilha foi ver uma música ir acontecendo.

No princípio eram as trevas, uma melodia linda e uma letrinha assim-assim... De repente, entra um piano, vozes, um violão, uma percussão, um primeiro arranjo e... TÁ-DÁ!!! Surge uma música de verdade! Juro pra vocês, me dei tapinhas nas costas! Internamente, é claro...

E depois fiquei humilde de novo...

UPDATE!!! Como eu acabei de ser autorizada, o nome do CARA (assim, maiúsculo mesmo!) que me fez esse convite tão fantástico é Alexandre Elias. Guardem!

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Aforismos


1. Viver é muito perigoso.
2. Toda saudade é uma espécie de velhice.
3. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver.
4. Viver é um descuido prosseguido.
5. Vingar, digo ao senhor: é lamber, frio, o que o outro cozinhou quente demais.
6. Sertão é o sozinho.
7. Para as coisas que há de pior , a gente não alcança fechar as portas.
8. Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.
9. Amor só mente para dizer maior verdade.
10. Deus, se vier, que venha armado.


(João Guimarães Rosa)

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Olha só....


O último post ficou por duas "IA":


teimosia: uma amiga que amo muito pediu pra que eu tirasse. Não tirei. De teimosia.


poesia: vamos combinar que tá liiiindo...



Tenho dito.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Rasgome II


Rasgome, assim sem hífen.
Porque sou boba, naif, ainda não sei lidar com as coisas que me tocam o coração e que não deveriam.
Porque me divido entre os meus amores, e porque amo muito, grande mesmo, infinito.
Porque realmente me sinto aos pedaços, porque me arrasto para me juntar.
Porque qualquer migalha me encanta.
Porque sonho longe daqui.
Porque não cresço, Peter Pan, parada, travada.
Porque ainda tenho anos, supostos anos, pra viver.
Rasgo-me, de verdade, arrebento-me, day-by-day.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Ao Deus dará


O ano de 2006 teve particularidades que eu espero que não se repitam NUNCA MAIS na minha vida; portanto, resolvi começar um 2007 diferente...


Passei a meia-noite sozinha: não teve praia, fogos, show da virada, abraço de feliz ano novo; era só eu, a Babaloo (um poodle que minha tia tem há 14 anos) e um filminho ruinzinho na HBO. Já valeu, e muito! Começo um ano com expectativas zeradas.

Sem promessas de ano novo: não me comprometi com absolutamente nada em 2007; nem dieta, nem dinheiro, nem amor. Começo um ano sem stress, cobrança ou culpa. E com 3 quilos a menos, que é sinal de que funciona mesmo!

AA: um dia de cada vez. Meu longo prazo é a semana que vem, depois disso só existe o mistério insondável das linhas tortas de Deus. Começo um ano saboreando cada pedacinho.


Como faço 33 anos em fevereiro (que é uma certeza, até prova em contrário...), não tem jeito: ou vai ou crucifica de vez!