terça-feira, janeiro 23, 2007

Como querer Caetanear...


Como sabem os mais íntimos, estou envolvida, há cerca de 3 anos, em um projeto que adapta um conto de Guimarães Rosa para o teatro. O convite veio de um grande amigo e parceiro, músico, idealizador do trabalho, e que não tem seu nome citado aqui, porque não sei se ele gostaria. Anyway... Como desde Novembro passado, as coisas se desenrolaram assustadoramente rápidas no sentido de concretizar o, antes, projeto, ontem foi nosso primeiro ensaio.
Não vou nem começar a descrever como este primeiro ensaio me deixou otimista em relação ao que vem por aí. Por incrível que pareça, não tenho as palavras pra isso...

Mas algo me deixou imensamente tensa e maravilhada neste processo.

Estou experimentando coisas novas, entre elas, letrar músicas. Isso já tinha sido ensaiado há alguns (muitos) anos com Clarice Assad (amiga amada, com apartamento vitalício no meu coração, e uma pianista, cantora e compositora impressionante, de nível histórico!!! www.clariceassad.com), e no espetáculo Patativa do Assaré, cuja dramaturgia tive o prazer (e alguma dor...) de assinar.
Escrever nunca foi difícil pra mim, não porque seja um gênio, mas porque realmente não tenho apego ao que escrevo. Se for ruim, é lixo mesmo, sem misericórdia! E suporto bem críticas negativas, pelo mesmo motivo: desapego.

Desde que comecei a compor letras, tudo mudou.

As letras das músicas são o meu inferno. Nunca, repito, nunca, em toda a minha vida, tinha ficado travada durante (embasbaquem-se!) 3 horas por causa de UMA palavra! Pois fiquei, no domingo último...

E ontem... Ah, ontem! Eu queria que todos amassem o que eu tinha feito, quase tive um enfarte ao mostrar a primeira letra! E a minha cabeça rodava, já pensando em como justificar aquela bosta, se fosse uma bosta...

Ok, não foi. Dei sorte. Fiuuu...

Este foi o inferno. E são 18 músicas! Se eu não morrer até a estréia, lá no fundo, bem no íntimo, me sentirei um Caetano...

A maravilha foi ver uma música ir acontecendo.

No princípio eram as trevas, uma melodia linda e uma letrinha assim-assim... De repente, entra um piano, vozes, um violão, uma percussão, um primeiro arranjo e... TÁ-DÁ!!! Surge uma música de verdade! Juro pra vocês, me dei tapinhas nas costas! Internamente, é claro...

E depois fiquei humilde de novo...

UPDATE!!! Como eu acabei de ser autorizada, o nome do CARA (assim, maiúsculo mesmo!) que me fez esse convite tão fantástico é Alexandre Elias. Guardem!

2 comentários:

shoemate disse...

Teste

Sem Cascas.blogspot.com disse...

Ganhei de natal o livro do Chico Buarque que vai mostrando, através das fotos de Bruno Veiga, a cidade do Rio e as letras em sintonia.
Quase enloqueci partinda da minha brincadeira de poeta.Prosear é muito mais insanamente próximo, desatinado e de fluente na música interna. Letra de música é piração. Li o Chico, como pérolas que atravessavam meus olhos, meus sentidos e entendo a loucura de quem se depara com a empreitada. Já tive uma cartão postal musicado e fiquei passada de alegria!
Como é bom te ouvir!
obs: se precisar de uma preparadora corporal, I'm here. Esse "pré" tradúz o envolvimento secreto com o q irá surgir de dentro de nossas almas, para um novo trabalho. Um corpo disponíveL, são como uma casa se renovando e evita a surpresa dos vazamentos no meio do caminho além do ganho de novas habilidades. Não dá mais... bjs