quarta-feira, agosto 24, 2011

"Vaidade: homenagem de um idiota ao primeiro imbecil que aparece no espelho."

Há algumas pessoas às quais eu sempre quis perguntar: "Em que momento você passou a se sentir superior aos outros seres humanos?"

Creio que perderia alguns amigos. (é, sou dessas...)

A busca por um mundo mais igual tropeça nessa vontade irracional de diferenciar-se por melhor, enquanto os outros, reles, se digladiam por alguma migalha.

Estou com o escravo de César (aquele que lhe repetia ao ouvido toda vez que o imperador entrava em uma cidade recém-conquistada e a multidão o aclamava): você é velho, careca, barrigudo, todos zombam de você.

E não se esqueça disso.

terça-feira, agosto 16, 2011

Volta Triunfal!


Agora, volto! Nos braços do povo! A trabalhar neste blog!

Vergonha imensa de ter deixado ele de ladinho durante tanto tempo...
A vida anda difícil e complicada mas é a vida, a mesma, com buraco e cocô dentro.
Mas acabou a preguiça!

segunda-feira, agosto 16, 2010

Quando nasce uma flor...

O título derretido, que não condiz comigo (ao menos, aos que me conhecem pouco e não sabem que choro até com comercial de margarina...) é parte de um recado criptografado. Bonito pra todo mundo (espero!) e significativo pra mocinha que vai ler.

Estou em contínuo estado de agradecimento. Pela vida, pelo mundo, pelo que há de bom e ruim, de bom e mau, de humanidade e daquilo que nos afasta dela. Por respirar.

Mas acima de tudo, pelo atropelo que sou, por me permitir perceber infinitos campos férteis aqui dentro e por deixar nascer um pouquinho de futuro, desconhecido inexoravelmente, mas repleto de excitação e descoberta.

E por você ter aparecido.

segunda-feira, agosto 02, 2010

É meu direito!

Galera,

Votar nulo é um direito do cidadão e uma posição legítima.

Mas é extremamente preocupante que queiramos ou façamos campanhas com esse propósito.
 
Porque só interessa aos setores mais conservadores e exploradores da sociedade! Cria-se a ilusão de uma ação revolucionária, mas o que realmente acontece é o afastamento do voto consciente e transformador, que é nosso poder nessa sociedade.
 
É improvável (pra não dizer impossível!) que uma eleição seja ganha pela anulação. Enquanto nós, os insatisfeitos, abrimos mão do direito de escolher; os currais eleitorais, os votos de cabresto, as bases alienadas dos corruptos continuam votando, e pior, conferindo uma legitimidade artificial com uma maioria de votos.
 
E mais do que isso: convencer o povo de que na política só há sujeira e corrupção é uma estratégia alienante, para retirar o povo do debate e da cobrança social, que "já que são todos iguais, minha participação não faz diferença..."
 
Como seres conscientes que somos, saberemos descobrir em cada canto do país, poucos, porém extremamente valorosos cidadãos dispostos a cumprir a tarefa e dar a cara à tapa por um país melhor, por um Brasil mais justo.

Contra o voto nulo, pela ação consciente!


Dá trabalho, mas vale a pena!

Abraços de luta,

Evelyn.

quarta-feira, julho 28, 2010

Uma fábula do Coração

Leão do Norte

Lenine e Paulo César Pinheiro

"Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou o boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de Maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luis Gonzaga
E eu sou mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pife no meio do Canavial
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite puxando esse cordão
Sou jangadeiro na festa de Jaboatão"

Homenagem aos furacões e pernambucos que passam derrubando tudo, mas que ao matar-me (de tantas coisas...), fazem com que tudo renasça, pronto, fresco, semeável...

sexta-feira, julho 23, 2010

Velho (novo) Maia

"...Afora o teu amor
para mim
não há mar,
e a dor de teu amor nem a lágrima alivia.
Quando o elefante cansado quer repouso
ele jaz como um rei na areia ardente.
Afora o teu amor
para mim
não há sol,
e eu não sei ondes estás e com quem.
Se ela assim torturasse um poeta,
ele
trocaria a sua amada por dinheiro e glória,
mas a mim
nenhum som me importa
afora o som do teu nome que eu adoro.
E não me lançarei no abismo,
e não beberei veneno,
e não poderei apertar na têmpora o gatilho.
Afora
o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai mais com seu brilho..."

sexta-feira, julho 16, 2010

Walt e eu


Meu fantasma hamletiano é Walt Whitman.

Me assombra, me persegue, me confunde. E eu, mesmo apavorada, procuro por ele, oscilando entre a ânsia de vê-lo e o alívio de nunca mais...

Incorporo Whitman, chutando as portas e escancarando-as.

E canto a mim mesma, sem pudor. Em público.

Descarrilhando, porque sou um trem; vapor, carvão, bala; mas sempre trem.

Sem maquinista, sem controle, sem desvio, a não ser na sublime arte de descarrilhar.

"Eu sou contraditório, eu sou imenso. Há multidões dentro de mim."

"Escuta, não dou lições nem esmolas, quando eu me dou, é por inteiro."

"Eu sou o poeta do Corpo
e sou o poeta da alma,
as delícias do céu
estão em mim
e os horrores do inferno
estão em mim
- o primeiro eu enxerto
e amplio ao meu redor,
o segundo eu traduzo
em nova língua."

"Eu sou aquele que vai com a noite
tenra e crescente,
e invoco a terra e o mar
que a noite leva pela metade.
Aperte mais, noite de peito nu!
Aperte mais, noite nutriz magnética!
Noite dos ventos do sul,
noite das poucas estrelas grandes!
Noite silenciosa que me acena
- alucinada noite nua de verão!"

Walt Whitman