domingo, fevereiro 11, 2007

Da vida e sua inexorável fugacidade(ou Réquiem para uma surpreendente jovem de 26 anos que se foi cedo; cedo demais)



Essa semana, na madrugada do dia 5 de fevereiro, minha prima Raquel faleceu, aos 26 anos, de enfarte do miocárdio.

Tudo surpreende: a idade, a fatalidade, a rapidez.

Mas o mais surpreendente foi o que se seguiu.

Minha tia, mãe dela, passou a semana descobrindo um outro lado de sua filha. Todos os dias, vindos dos lugares mais improváveis, telefonemas a informam da infinita bondade dessa moça Raquel.

Ajuda financeira, moral, espiritual, que ela provinha a todos que a procuravam, necessitados.

Um tio que precisou de aulas de matemática. Uma mulher que tinha problemas com o banco.

Outras, muitas coisas; sem que ninguém soubesse.

Uma disponibilidade genuína de ajudar, de se fazer presente nos momentos mais importantes.

A última vez que nos vimos, ela se ofereceu para atravessar a cidade e ir buscar a nossa avó, na Zona Leste, para que ela pudesse assistir à estréia do Surto em São Paulo. Numa sexta-feira. Às 7 da noite. Trazendo o mesmo sorriso meigo e doce com o qual me presenteou após o espetáculo.

Coisas pequenas, coisas grandes. Para tudo.

Nos fará grande, imensa falta. Já faz.

Fica em nós um vazio desmedido; uma dor por sua partida.

Resta para nós, o bálsamo impressionante de sua existência; o seu legado.

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