
"Em 1973, o relatório da Comissão Knapp revelou a existência de uma epidemia de corrupção no Departamento de Polícia. Como resultado, policiais uniformizados foram afastados do combate ao tráfico de drogas. Operações policiais foram transferidas para esquadrões especializados, os quais poderiam ser monitorados mais facilmente para evitar corrupção. Entre 1973 e 1983, os mercados de drogas eram operados de maneira relativamente aberta, com pouca interferência da polícia. Índices de criminalidade aumentavam regularmente. Existia o sentimento de que a polícia tinha pouco a fazer a respeito, o que era causado por patologias sociais básicas que eles não tinham poder de mudar.
Esta tendência resultou de residentes estarem tirando proveito da convergência do desenvolvimento na política econômica da cidade de Nova Iorque, incluindo mínimo policiamento em muitas áreas e corte na provisão de serviços básicos... Um vácuo foi criado na administração, o qual foi preenchido pelas organizações de distribuição de drogas... Os anos 70, na cidade de Nova Iorque, foram caracterizados pelo sentimento geral de que os problemas urbanos – especialmente crimes – estavam além das possibilidades do governo de solucioná-los..."
Alguma semelhança?
Ok, não somos NY; mas bottom line é que as coisas se resolveram, com políticas mais duras , sim, mas sobretudo, com o envolvimento da sociedade civil.
Vias democráticas demandam muito tempo; nós, brasileiros, tendemos a ser mais imediatistas. Talvez tenhamos um tanto mais de urgência, por todo o tempo em que nos falta tudo.
Mas medidas reais, sólidas, só a longo prazo.
O que podemos fazer agora?
Deixar de dar a "caixinha" pro guarda e aceitar, como adultos e cidadãos responsáveis, as consequências de termos ultrapassado o sinal vermelho, ou o limite de velocidade. Denunciar a corrupção do síndico do prédio, do fiscal de impostos, do cara que veio cortar a luz. Não furar fila. Não dar carteirada. Atravessar na faixa. Pagar nossos impostos abusivos para que não nos peguem com as calças na mão. Reclamar uma, duas, mil vezes, alto e em público dos maus tratos na fila do banco, no ônibus, nas repartições. Ceder nossos assentos no trasporte público a quem realmente precisa deles. Lançar uma campanha de combate diário à corrupção, à NOSSA corrupção cotidiana. Perceber que não temos modelos de comportamento em nossos governantes e SER o modelo.
Parar de agir como uma nação de adolescentes e nos levar muito, mas muito mais a sério.
PS: Esse excerto acima é de um artigo muito interessante sobre a política de Tolerância Zero aplicada em NY, com seus prós e contras. O link está anexo.
PS2: Parabéns, Tatá!