
O Sete Sortes agora tem um podcast associado. É fácil, todo mundo pode ouvir. O link:
http://www.switchpod.com/cats.php?a=7447
Depois deixe o seu comment.
Eu sempre quis escrever sobre homens bons. Pessoas simples e boas, porque é assim que as pessoas são.
Como contar ao mundo uma história banal, ordinária mesmo, e ressaltar a bondade genuína que é feita a cada minuto, a cada segundo?
Como mostrar ao mundo que a bondade é pra ser banal, e não pra se destacar, como se fôssemos todos Raskolnikov e destruir fosse nossa sina?
A despeito de nossas minúsculas mesquinharias e vilanias diárias, somos bons. Em essência.
Coisas bobas, que fazemos no automático, como “Obrigado”, “Pode passar”; coisas grandes, que fazemos pensadas; ou tão impulsivamente porque não nos cabem mais, “Eu te amo”, “Quer morar comigo?”, “Não se preocupe, eu estou aqui”; mudam vidas, mudam vidas inteiras, gerações subsequentes.
Salvamos vidas ao sorrir a um desconhecido pela janela do ônibus, ao devolver uma bola que saiu do campo de pelada, ao avisar que alguma coisa caiu do bolso de alguém.
Somos heróis em nossa banalidade, porque nos reconectamos aos nossos iguais; os outros humanos; em cada gesto que sequer consideramos mais que nosso, em cada olhar cruzado ao acaso, em todo o espaço que dividimos.
Devíamos saber disso. Todo o tempo.